Nunca morei em prédio com porteiro, portanto o ato de “dar bom dia ao porteiro” não me é familiar. Por isso, esse gesto de boa vizinhança eu sempre estendi para as pessoas que passam por mim na rua todos os dias a caminho do trabalho. Em cidades pequenas, a rua vira território.
Diferente do porteiro, não se sabe onde essas pessoas trabalham e como são as suas vidas. O auge da intimidade que se pode ter com elas é estender o cumprimento para “bom dia…e bom trabalho!”, mas isso só se dá com muito tempo de bom-dias.
De onde venho, uma cidade ainda menor que essa, era bem comum reencontrar essas pessoas em outras situações, descobrir seus nomes e as relações que tem com aquele espaço onde diariamente nos encontramos: de onde vem e para onde vão.
Em municípios um pouco maiores, isso já é mais difícil. Desse jeito, provavelmente seremos sempre limitados a conhecer essas pessoas unicamente nesse trajeto diário, nas mesmas situações e, talvez teremos apenas a eterna curiosidade de saber o que aconteceu se caso um dia esse encontro pare de ocorrer. Sendo assim, só nos resta desejá-las “bom dia”.